Findo este episódio de granizadas bíblicas,de trovoadas de fim de tarde cíclicas,voltaremos à estabilidade,à normalidade atmosférica.Abril,ora chora,ora ri..."Abrir os braços,acolher nos ramos,o vento,a luz,o que quer que seja,sentir o tempo fibra a fibra,a tecer o coração de uma cereja".Assim recebia Eugénio de Andrade Abril...Não haverá mês mais irritado do que Abril zangado e quando os dias são frágeis,impacientes e amargos,ouco contra as pedras do meu calabouço de silogismos a investida húmida ,terna, insistente da Primavera.Regressará em breve a instabilidade.Virão mais dias de trovoada.Santa Bárbara irá ser frequentemente invocada e irá ser o mais fiel e seguro amparo das aflições:" - para onde vais tu Santa Bárbara?:---Vou derramar as trovoadas que por cima andam armadas...---Derrama-as para lá dos maninhos,onde não haja mulher com meninos,nem vaca com bezerrinho,nem eira nem beira,nem folha de figueira,nem coisa que nosso senhor queira"...Santa Bárbara dirá que assim o fará mas que por ora irá descansar...
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