O Sanchinho, primogénito do Afonso ,
teve um ano horribilis nos estudos .
O Pai, austero, já decidiu que este
ano o seu filho não terá direito a férias. Tenciona levá-lo para as batalhas e,
com esta medida correctiva, vai dando-lhe experiência para as responsabilidades
históricas que lhe estão reservadas.
-Ó
Pai, caraças. Talvez mereça castigo, bem sei. Mas este? Para quê? Estás aí com uma trabalheira dos diabos , não
terás tempo para estabilizar as fronteiras, vais deixar esse legado para mim,
mas para quê?
Se soubesses o que os governantes vão
fazer IX séculos depois aos seus súbditos…
-Isso agora não interessa para nada .
O que vão fazer ou não , isso é lá com eles. O povo, se assim o entender, que
se revolte. Quanto a ti, bem que avisei
que não toleraria mais um chumbo. Mas que é isso?
Ando aqui numa lufa-lufa desde os meus 16 anos para deixar-te o
caminho mais que preparado e tu a baldar-te
constantemente?
Nem penses. Vens comigo de Julho a
Setembro e prepara-te, que a “Reconquista” não está fácil. Está até, numa fase
crucial.
Dizem as crónicas da época que foi esse o único Verão que não
houve territórios conquistados em todo o reinado do Afonso.
Pelo contrário, dá-se o “Desastre de
Badajoz” , um sério revés nas suas conquistas .
O puto estava tão acagaçado que o Pai
, enfim,
acabou por o proteger , pois então, e
descurou as funções de Estado.
-Já viste ? Não havia necessidade.
Para o ano vais estudar, ouviste?
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